(Cineasta Frederico Lapenda – Foto: Divulgação/acervo pessoal )
BUFFALO, New York – Há exatas três décadas, em uma noite histórica de 8 de setembro de 1995, o cenário do esporte de combate mundial mudaria para sempre dentro do octógono do UFC. O responsável por orquestrar aquele momento decisivo era um jovem brasileiro de 26 anos, Frederico Lapenda. Naquele ringue, mais do que apresentar ao mundo o primeiro lutador de MMA brasileiro após a era Gracie, ele lançava as bases para o esporte global que conhecemos hoje.
Marco Ruas, o “Rei das Ruas”
O lutador era Marco Ruas, o lendário “Rei das Ruas” do Vale-Tudo carioca. Lapenda, então CEO da Rio Sports Corp e empresário de alguns dos maiores nomes do país, como Vitor Belfort, Pedro Rizzo e Amauri Bitetti, fez uma escolha calculada que carregava o peso de um futuro incerto.
A gênese do MMA moderno
Lapenda acreditava fortemente que para um lutador ser vencedor no UFC ele precisaria dominar todas as artes. Com esse pensamento, ele chegou a conceber a criação de um ‘Brazilian Dream Team’ com lutadores brasileiros de diversas Artes Marciais a fim de que pudessem treinar juntos, compartilhar conhecimentos e se tornarem mais completos. No pensamento de Lapenda estava a gênese do que viria a ser o MMA, e isto foi crucial para que ele tomasse a decisão que promoveria uma verdadeira revolução no esporte: a escolha do lutador mais completo que ele conhecia para ser o próximo brasileiro no UFC.
A escolha decisiva
“Me posicionar como o executivo que colocaria o próximo brasileiro no UFC foi mágico e desafiador”, recorda-se Lapenda. Na época, ele já havia previsto, em artigos para revistas especializadas, que “apenas um lutador completo teria futuro no Octógono”. A profecia se materializava com Ruas, um atleta de habilidades múltiplas, que Lapenda conhecia desde 1986.
Entre gigantes
A decisão, no entanto, foi angustiante. Outros gigantes do cenário nacional, como Mário Sperry e até um jovem Vitor Belfort, que “pediu a chance com o coração”, pleiteavam a vaga. “Eu sabia que essa escolha teria impacto. Hoje, sei que acertei”, afirma o executivo, com a convicção de quem ajudou a moldar não apenas a carreira de um atleta, mas um capítulo fundamental da história do esporte.
O legado de um visionário
Três décadas se passaram, e o MMA transcendeu o ambiente esportivo para se tornar um fenômeno cultural e social. Lapenda observa, com orgulho, o esporte que ajudou a construir atingir patamares inimagináveis.
Do octógono ao mundo
“Hoje, vejo o MMA ajudar a eleger o presidente Americano, grandes CEOs praticando o esporte, e até eventos sendo realizados na Casa Branca”, enumera. “Me orgulho de ter feito parte da construção do NOSSO esporte.”
Uma revolução iniciada
A apresentação de Marco Ruas foi mais que uma simples entrada em um evento; foi o estalo inicial de uma revolução. E no centro dela, um visionário de 26 anos que ousou acreditar, desafiar o status quo e, com uma única decisão, ajudar a moldar o destino de uma modalidade esportiva. Como ele mesmo conclui: “As decisões moldam destinos.”
Art Davie fundador do UFC e o Cineasta Frederico Lapenda – Foto: Divulgação/acervo pessoal
Reconhecimento internacional
Art Davie, o fundador do UFC®️ diz que “o primeiro lutador de MMA moderno, que sabia socar, chutar e agarrar, foi Marco Ruas. Ele serviu de modelo para todos os que vieram depois.” Foi o gênio do marketing de Frederico Lapenda quem embalou Ruas como “O Rei das Ruas” e abriu o caminho para ele e para as gerações de lutadores que o seguiram.
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