Experiências fora do país ampliam competências estratégicas e comportamentais, apontam especialistas, com impacto direto na resiliência e adaptabilidade profissional
A executiva de Recursos Humanos Estratégicos Daiane Barbosa, com passagens por multinacionais como HSBC e Bradesco e atuação no Brasil e nos Estados Unidos, avalia que viver e trabalhar fora do país vai além de um diferencial no currículo. “O contato com culturas distintas exige um nível de flexibilidade e inteligência emocional que dificilmente é alcançado apenas na vivência local”, afirma.
Dados da pesquisa Global Mobility Trends 2024, conduzida pela consultoria Brookfield, indicam que 82% dos profissionais que passaram por experiências internacionais relataram maior capacidade de resolução de problemas complexos, enquanto 76% destacaram evolução em habilidades de liderança. Outro levantamento, realizado pela Deloitte com executivos de 44 países, aponta que 68% dos entrevistados atribuíram promoções ou novas oportunidades diretamente à vivência fora de seu país de origem.
Para Daiane, que atualmente reside em Houston (Texas) e atua também como membro da Brazilian Women Foundation, experiências internacionais criam um “laboratório real de resiliência”. Ela relata que situações como lidar com barreiras linguísticas, compreender nuances culturais e se adaptar a novos modelos de trabalho demandam uma curva de aprendizado acelerada, com benefícios duradouros para a carreira.
A consultoria Korn Ferry reforça esse cenário, profissionais com histórico de atuação global apresentam, em média, 25% mais chances de serem contratados para cargos de liderança. “Não se trata apenas de saber outro idioma ou conhecer novas metodologias. É sobre expandir a visão de mundo e liderar com sensibilidade cultural, algo cada vez mais exigido em empresas que atuam de forma interconectada”, completa Daiane.
O relatório Future of Jobs 2025, do Fórum Econômico Mundial, também destaca que habilidades como adaptabilidade, colaboração intercultural e liderança inclusiva estão entre as mais demandadas para a próxima década, todas potencializadas por vivências no exterior. Para Barbosa, o desenvolvimento sem fronteiras é mais do que uma escolha de carreira. “É um investimento na própria capacidade de transformar desafios em crescimento”, finaliza.