A médica Dra. Isabel Martinez também falou sobre um erro comum que impede o sucesso do tratamento
Nos últimos tempos, um procedimento tem sido cada vez mais se popularizado: o transplante capilar. A técnica é uma revolução da autoestima e os resultados podem ser espetaculares. Mas segundo a médica Dra. Isabel Martinez, o transplante não é mágica. É técnica. E ela sem estratégia, pode frustrar.
“Muita gente me procura dizendo que vai deixar o cabelo cair “até onde der” e depois resolver com o transplante. Outros já transplantaram e acreditam que aquilo bastou — que está tudo bem agora, que o problema foi resolvido.
Mas não é bem assim. Você está mudando a moradia de um fio. Mas a vizinhança continua sofrendo”, destaca.
A médica explica que no transplante é retirado folículos de uma área doadora e colocado em uma região afetada.
“Aqueles folículos escolhidos têm, em teoria, menor sensibilidade à ação hormonal. Só que os fios ao redor — que não foram transplantados — continuam sujeitos ao afinamento natural.E mais: a área doadora é limitada. Quando você tira um folículo dali, ele não nasce novamente. Você está transferindo uma “casa”, e aquela rua, por assim dizer, fica vazia. É por isso que fazer transplantes consecutivos sem cuidar do todo pode esgotar seu estoque natural”.
De acordo com Dra. Isabel, o maior erro é parar de tratar a área após o transplante. “Esse é o ponto crítico. A maioria das pessoas acredita que, ao fazer o transplante, venceu a batalha. E, por isso, interrompe os cuidados diários, os tratamentos contínuos, os exames de acompanhamento, mas o processo de afinamento não para só porque você implantou novos fios. Ele continua. Silenciosamente. Até que, anos depois, aquele cabelo que parecia restaurado… rareia novamente”.
A médica afirma que com as mulheres, tudo é ainda mais complexo.”Diferente dos homens, cuja alopecia androgenética tende a seguir um padrão previsível, nas mulheres a queda é multifatorial. A chegada da menopausa, por exemplo, muda completamente o comportamento do couro cabeludo. A queda do DHEA, hormônio que também participa da saúde dos pelos, pode levar a uma diminuição progressiva. Mas, ele também leva a queda de cabelo. Ou seja, não basta ter a substância — é preciso ter o conhecimento da dose certa, para a pessoa certa, no momento certo”.
Dra. Isabel Martinez enfatiza que nem sempre o que está dentro da “referência de normalidade” nos exames é o ideal para o seu corpo. “Cada organismo tem um ponto de equilíbrio. E encontrá-lo exige olhar clínico, escuta e vivência.
Aliás, o cabelo pode não ser vital biologicamente, mas para muitas mulheres ele é parte da identidade, da segurança, da presença no mundo.
Estudos mostram que a fobia da perda de cabelo em mulheres chega a ser comparável ao medo de um infarto.
E não é exagero: cabelo mexe com o emocional, com o social, com o íntimo”
Trate primeiro. Corrija. E só então, se for o caso, transplante.
A médica afirma que o caminho que segue com as suas pacientes é primeiro, mapeamos as causas da queda. Corrigir o que precisa ser corrigido: deficiências, desregulações, inflamações silenciosas, impactos hormonais. E só então, quando o terreno está fértil, pensar em transplante.”Mas mesmo assim, o cuidado não para aí. Transplante é ponto de virada, não de chegada”, completa.
E quanto custa tudo isso? Menos do que recomeçar do zero
A médica acredita que vale o investimento. “Sim, existe um custo. Mas é um investimento em ciência, estratégia e previsibilidade.
Acredite: cuidar com quem sabe encurta caminhos, evita desperdícios e reduz frustrações.
E mais importante: faz você entender que não está à mercê da genética.
Você não precisa repetir a história da sua mãe ou da sua avó”, finaliza.