Uma abordagem eficaz para resgatar o equilíbrio emocional e comportamental
O vício em jogos online e redes sociais é uma realidade que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo sua saúde mental, relacionamentos e até mesmo a produtividade.
O vício em jogos é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é chamada de ludopatia. No Brasil, é reconhecida pelos CID 10-Z72.6 (mania de jogo e apostas) e 10-F63.0 (jogo patológico).
De acordo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em 2023, 15% dos brasileiros já fizeram algum tipo de aposta online. Desses, a maioria é de jovens de 16 a 24 anos.
“Com o tempo, o cérebro se adapta à liberação constante de dopamina provocada pelas apostas, desenvolvendo o que é conhecido como tolerância. Isso faz com que a pessoa precise de experiências cada vez mais intensas para atingir o mesmo nível de satisfação que sentia inicialmente. Como resultado, o apostador se torna cada vez mais motivado a buscar novas fontes de prazer por meio das apostas. Gradualmente, isso leva à necessidade de apostar quantias maiores ou aumentar a frequência das apostas para alcançar a mesma sensação de recompensa”, comenta o Hipnoterapeuta Clínico Felipe Gonzalez.
Segundo ele, a Hipnoterapia tem se mostrado uma ferramenta poderosa para ajudar quem deseja superar essa dependência e recuperar o controle sobre sua vida.
“A Hipnoterapia trabalha diretamente com o subconsciente, que é onde estão armazenados os hábitos, memória de longo prazo, aprendizados e padrões de comportamento. Com ela, conseguimos identificar e reprogramar crenças e emoções que alimentam o vício, promovendo mudanças profundas e duradouras”, explica Felipe.
Ele destaca que muitas vezes o vício em jogos ou redes sociais é apenas a ponta do iceberg. “Esses comportamentos compulsivos geralmente estão associados a questões emocionais, como ansiedade, baixa autoestima ou necessidade de validação constante. Durante as sessões de Hipnoterapia, conseguimos acessar a raiz do problema e trabalhar na sua resolução, proporcionando alívio e clareza para o paciente”, afirma o especialista.
O processo de Hipnoterapia não é mágico, mas sim uma parceria ativa entre o paciente e o terapeuta. “As pessoas têm a ideia errada de que a Hipnoterapia é uma espécie de controle mental. Na verdade, é um estado profundo de relaxamento e foco, onde o paciente mantém total controle e participa ativamente da transformação de seus padrões de pensamento”, esclarece Felipe.
A metodologia envolve criar novas associações no subconsciente. “Por exemplo, em vez de buscar jogos ou redes sociais como uma fuga, a pessoa aprende a canalizar suas emoções para atividades mais saudáveis e produtivas. O objetivo é que, ao longo do tratamento, o paciente não apenas abandone o vício, mas desenvolva habilidades para lidar melhor com os desafios do dia a dia”, explica.
Felipe Gonzalez também ressalta que cada caso é único. “O tempo de recuperação varia de pessoa para pessoa. Enquanto alguns pacientes percebem mudanças significativas em poucas sessões, outros podem precisar de um acompanhamento mais longo. O importante é respeitar o ritmo e as necessidades individuais.”
Por fim, ele reforça que a Hipnoterapia é uma abordagem que pode ser integrada com outras ferramentas terapêuticas. “Ela pode ser combinada com outros tratamentos, como terapia psicológica tradicional, e até com acompanhamento médico, dependendo da gravidade do caso. O essencial é que a pessoa esteja disposta a buscar ajuda e aberta para o processo de transformação”, conclui.