Joias, roupas de grife e até barras de ouro integram campanhas de venda para a data. A estratégia é oferecer itens que mais que emocionar funcionam como reserva de valor
Mais do que emocionar, algumas empresas estão adotando uma estratégia ousada e refinada para o Dia dos Pais: oferecer presentes que também funcionam como reserva de valor. Itens como barras de ouro, relógios Rolex, joias com diamantes e produtos de grifes como a Chanel são posicionados como forma de presentear com inteligência financeira. São presentes que não apenas encantam, mas protegem e até aumentam o patrimônio.
A tendência reflete o momento econômico atual, marcado por inflação persistente e incertezas no cenário internacional. Em 2025, o ouro vem se destacando como um dos ativos mais promissores, com valorização superior a 39% no ano. No Brasil, esse movimento é reforçado pela alta da Selic (15% ao ano) e pela busca crescente por ativos reais que resistem à volatilidade do mercado.
CEO da Front Row, maior reseller de produtos de alto padrão, especializado em bolsas Hermès, joias e relógios, a administradora Lilian Marques ressalta que devido ao seu histórico multimilenar como um dos ativos de maior confiança, o ouro também é considerado um escudo contra a inflação, sendo capaz de se valorizar nas crises, enquanto outros ativos perdem o seu poder de compra. Ela observa que outra questão que atrai tanto investidores quanto colecionadores é a possibilidade de revender facilmente as peças. “Esse fator aumenta a liquidez do negócio tudo junto a um apelo emocional, já que cada joia revela uma história, um estilo ou um momento importante na vida de quem a adquire”, afirma.
Aspectos como a raridade das peças e o design também elevam o potencial de valorização desses itens. Segundo Lilian Marques, o mesmo vale para os relógios de luxo. “Diferente de um certificado ou um ativo puramente digital, joias e relógios são bens tangíveis que conservam seus valores ao longo do tempo e ainda proporciona prazer estético, sendo um objeto de arte que atravessa gerações. No caso de marcas como a Rolex, por exemplo, ainda há o tradicional apelo à exclusividade, com processos de vendas criteriosos, que torna alguns modelos cada vez mais raros”, ressalta a CEO da Front Row.
No Brasil, o mercado de joias atingiu US$ 3,15 bilhões em 2024 e deve crescer para US$ 3,70 bilhões até 2033 (CAGR de 1,7%), segundo dados do relatório Mercado de joias no Brasil: tamanho, participação, tendências e previsão por tipo, canal de distribuição, categoria e região, 2025-2033, produzido pela consultoria global Imarc. “Joias em ouro se destacam como instrumentos de diversificação, pois combinam valor intrínseco e liquidez, podendo ser convertidas com rapidez. Além disso, há o apelo emocional e o desejo em adquirir peças únicas e exclusivas”, lembra Lilian ao citar a valorização da Alhambra, cujo preço em euro registrou alta de 17,3% nos últimos 3 anos.
A Front Row atua como advisor de investimentos de luxo, operando com os itens mais desejados do mundo. Com ticket médio de R$ 55 mil, a empresa já ajudou clientes a obter lucros expressivos em revendas, em alguns casos, superiores a R$ 400 mil.